16 de novembro de 2022
O que você precisa saber sobre displasia cleidocraniana
Uma doença que acomete uma pessoa em um milhão e que exige cuidados muito especiais. Saiba como lidar com essa síndrome
A displasia cleidocraniana (DCC) é uma síndrome extremamente rara, causada por mutações nos genes responsáveis por comandar a produção da proteína que compõe o desenvolvimento das cartilagens, dos ossos, do crânio e dos dentes. Essa doença também pode ser transmitida hereditariamente quando ambos os pais têm essa alteração genética. Segundo um artigo publicado no International Journal of Dentistry, a DCC acomete uma pessoa a cada milhão.
As pessoas portadoras da síndrome apresentam características ósseas bem distintas que as acompanham por toda a vida. Em bebês, pode haver um atraso no fechamento da moleira, uma notável saliência no queixo e na testa. É possível notar malformações nas mãos e no rosto, baixa densidade óssea, clavículas ausentes ou muito curtas, inflamações crônicas nos seios nasais e ouvidos – e até mesmo perda de audição. Há uma série de outras complicações, com variações de caso a caso.
Sintomas relacionados à saúde bucal
Como dissemos no início, a DCC também afeta a saúde bucal. É possível notar que a criança tem uma fenda palatina (céu da boca) mais arqueada, os dentes permanentes demoram a romper e há presença de múltiplos dentes dentro das gengivas, também chamados de supranumerários – o diagnóstico pode ser feito por meio de raio-X.
Em alguns casos, os dentes de leite (chamados de decíduos) não caem, as coroas dentárias podem apresentar problema e a oclusão dentária também é comprometida pela doença. Devido às alterações na face, a pessoa pode apresentar problemas na fala e na mastigação.
DCC tem tratamento?
Sim, é possível tratar a síndrome. O ideal é iniciar o tratamento o quanto antes, pois com a enfermidade diagnosticada de maneira correta e precoce, a pessoa ganhará em qualidade de vida.
O tratamento é multidisciplinar, envolvendo profissionais distintos da área odontológica, como cirurgião bucomaxilofacial, protético dentário e ortodontista – isso sem falar em ortopedistas, fisioterapeutas e até fonoaudiólogos.
O planejamento do tratamento é para o longo prazo, caso o diagnóstico seja feito quando a pessoa ainda é um bebê. Com o acompanhamento correto, será possível fazer intervenções mais precisas, como a retirada de dentes de leite que não caíram, a remoção de dentes excedentes, a substituição de dentes faltantes e o alinhamento da oclusão dentária.
Embora a pessoa tenha algumas condições desfavoráveis, com o tratamento certo ela poderá levar uma vida bastante normal.
É imprescindível que a pessoa compareça às consultas regulares em todos os profissionais envolvidos no tratamento, uma vez que a doença tem diversas camadas de complexidade. Há ainda a possibilidade de surgir outras condições que anteriormente a pessoa não tinha. No que tange à competência do cirurgião-dentista, ele conduzirá os protocolos mais indicados em cada fase. Nas ocorrências de DCC, a presença do cirurgião-dentista é fundamental.